quinta-feira, 18 de setembro de 2008

A crise financeira americana

Não vou discorrer a fundo sobre o tema agora, mas lanço uma questão cuja reflexão vai de encontro, com profundidade, aos alicerces da cultura capitalista americana, exaltada e difundida com tanto orgulho e interesse pelos donos do dinheiro ao longo das últimas décadas. A defesa do livre mercado, da adoção da lei do mais forte, esta instintiva insistência pela lei da natureza como regente ideal para as ações econômicas levou um duro golpe nas últimas ações de socorro às instituições financeiras americanas. A até então proibitiva e nociva intervenção do governo no mercado, como fez agora com um mega pacote de socorro a AIG, bem como ao Bear Stern, Fannie Mae e outros que aguardam na fila afronta a antiga idéia da mão invisível de Adam Smith sob a qual se sustentavam os argumentos que controlavam a ordem econômica e social, e distribuem os custos da derrocada não só para os outros cidadãos americanos, mas para o mundo todo. Foram forçados a negar seus argumentos com ações, ou seja, que agora se sacrifiquem os "princípios" para salvarem os beneficiários deles. E agora? Estamos diante de mais uma improbidade tão comum e recorrente deste governo ridículo do Bush ou estamos presenciando um marco histórico da decadência do atual sistema? Penso que ambas! Aguardem receosos os próximos capítulos...
* Milton Friedman foi um dos maiores defensores do Laissez Faire.

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