quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Alavancagem Financeira - Uma simplificação do termo

Este é um termo comum na administração financeira, através do qual se mede o grau de exposição ao risco de uma empresa. Esta medida é auxiliar a demais análises, por exemplo, para um potencial investidor avaliar se as perspectivas de retorno oferecem relativa segurança ao seu investimento.

Na prática, em números frios, a alavancagem financeira é a medida da proporção de recursos de terceiros que uma empresa possui em sua estrutura de capital, ou seja, quanto de recursos é dela e quanto não é. Quanto mais capital de terceiros, mais alavancada e, portanto, maior sua capacidade de multiplicar seus ganhos ou suas perdas. Percebe-se, nestá última frase, a relatividade do termo. Em determinadas circunstâncias, alavancagem é positiva, em outras não.

O cálculo do Grau de Alavancagem Financeira usual é simples, resulta da divisão do Retorno sobre o Patrimônio Líquido pelo Retorno sobre o Ativo.

GAF = ((Lucro Líquido/PL)/(Lucro Líquido/Ativo))


Resultado igual a 1 aponta uma alavancagem nula, maior que 1 é tida como favorável e menor que 1desfavorável.

É importante ressaltar que a alavancagem por si só é subjetiva. É fundamental entender o resultado agregado pelo capital de terceiros no patrimônio líquido como um todo. Na prática, a alavancagem é válida quando a captação de recursos de terceiros torna possível um desempenho melhor para toda a estrutura de capital, ou seja, o retorno sobre o capital próprio é alavancado pela entrada dos recursos “comprados”.

Utilizando uma linguagem coloquial, se você vestir um pé de pato para um mergulho em alto mar, certamente vai se deslocar com maior facilidade e agilidade, mas se estiver na areia ou em águas rasas, melhor não vesti-los por enquanto.

Por fim, se o seu objetivo é a análise, o importante é não tratar a alavancagem de forma isolada, mas sim utilizar este instrumento de maneira auxiliar, complementar, usufruindo de quantos ângulos distintos forem possíveis para uma leitura coerente de todo o cenário ao qual a empresa se encontra. A análise coerente e abrangente, esta sim, é capaz de minimizar os riscos. Se o seu objetivo é determinar quanto de capital de terceiros seria razoável para seu negócio, não há conta simples nem receita pronta. Há de se ponderar todo o cenário e levar em conta que quanto maior a alavancagem, maior o grau de exposição ao risco, medir o custo do capital e as perspectivas de retorno do mesmo dentro do negócio.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Sessão Cinema - "Nosso Lar", um fenômeno de público

Lá estava eu, acompanhando minha esposa numa odisséia inesperada. Em plena tarde de segunda-feira, forçado pelo acaso a ter tempo livre, fomos ao cinema assistir “Nosso Lar”, sucesso de bilheteria que retrata a história de André Luiz. Para os leigos na doutrina espírita (eu sou completamente analfabeto no assunto), André Luiz era uma espécie de espírito “guru” que alimentava o consagrado Chico Xavier.

Pois bem, sentamos na sala de exibição e eu apostava que iria encontrar no máximo meia dúzia de gatos pingados. Chegamos cedo, pipoca, coca-cola, sala vazia e eu lá, morrendo de vergonha de estar ali naquele horário. De repente, pasmem, o cinema começou a encher. Por um lado meu desconforto foi cessando, mas por outro, fiquei aterrorizado. Uma “alcatéia de assombrações” foi surgindo do nada, andares estranhos, pernas tortas, barrigas grandes, corpos deformados, esquisitices das mais horrendas invadiram o cinema. Um odor de naftalina impregnou o ar. A cada minuto, um grupo de figurinhas assustadoras subia as escadas e se acomodava, até que o cinema praticamente lotou. Minha impressão é que estavam exibindo O Retorno dos Mortos Vivos em 3D na sala vizinha e um bando escapou da tela e foi se esconder ao nosso lado. Parecia que quem tinha verruga na ponta do nariz pagava meia entrada.

Finalmente apagaram as luzes, meus batimentos voltaram ao normal e eu comecei a refletir sobre aquele público. Será que no espiritismo muitos cultuam a beleza interior como forma de compensação??? Ou será que a beleza interior daquela turma é tão superior que a mãe natureza é que compensou??? De repente, me vi rindo sozinho, tentando entender aquele fenômeno. Se fosse nos tempos de Hitler, bastava a ele anunciar a exibição desse filme dentro das câmaras de gás e deixar a porta aberta para a turma entrar que seus planos de “purificação da raça humana” seriam executados sem a menor resistência.

Veio a o filme e o humor negro rapidamente foi vencido pelo sono. Tirei um belo cochilo até que uma cotovelada cessou meu ronco. Não restou alternativa, tive que assistir uma parte da história e então conheci um pouco da doutrina e do tal André Luiz e não é que no acender das luzes todo mundo estava bonito???