terça-feira, 18 de agosto de 2009

Beyoncé in Toronto

Era uma segunda-feira, depois de seis horas de aula, nossa maratona se iniciaria com trinta minutos de subway de North York até a Union Station em Downtown. Trajeto do subway finalizado, mais vinte minutos de street car (literalmente um bondinho) antes de mais alguns minutos de caminhada até o Molson Amphitheatre, no coração do Exibition Place. Chegamos às 19 horas ainda sob um forte sol (em julho em Toronto, o sunset é só depois das 21).


Um hot dog do lado de fora para despistar a fome (pão meio seco, salsicha sem molho algum e catchup e mostarda à vontade para não entalar), e lá fomos nós fincar a bunda na grama. Nosso ingresso era na Lawn (nome bastante sofisticado para um morro de grama, descoberto, lá no final da platéia). Enfim, era o valor que nosso dinheiro permitia.


Chegamos cedo, pegamos um ótimo lugar na grama, e de lá tomamos um chazinho de espera e um banhozinho de sol enquanto assistíamos as pessoas tomando cerveja. Por dez dolares uma lata só dava mesmo para assistir. Daí procuramos outra distração. E rapidamente encontramos: à poucos metros de nós havia um grupo de garotas que curtiam uma cervejinha e acho que meu olho gordo era tanto que elas foram abordadas pela fiscalização. Era a primeira lata de cerveja delas, mas uma das meninas não tinha 19 anos ainda. O que aconteceu? A menina foi multada e retirada da casa. Perdeu o show, pagou dez dolares na cerveja que não bebeu, pagou mico e ainda levou multa. Imagina se a moda pega no Brasil?


O danado do sol não ia embora e a gente num interminável compasso de espera, morrendo de calor, com a boca seca, com a cerveja ao alcance dos olhos e distante dos bolsos, com o traseiro quadrado e molhado (a grama estava úmida) e, até então, achando a maior graça nas pessoas carregando cobertores no meio daquele sol todo. Pois bem, o sol finalmente resolveu dar uma trégua. Para nosso desespero, descobrimos o motivo dos cobertores. A temperatura caiu rapidamente! Para quem não sabe, o Molson Amphitheatre é praticamente à beira do Ontario Lake. Perto da água, na grama, lugar aberto, vento, Canadá, frio, etc e tal... Putz, era como sair correndo de dentro de uma sauna e pular dentro de um freezer... E se antes eu crescia os olhos nas cervejas, agora não parava de encarar os cobertores...



Finalmente a Beyoncé deu o ar da graça e fez a gente esquecer o frio. Que produção!!! Acústica perfeita, som limpo, jogo de luzes e efeitos de altíssimo nível. Valeu a pena a espera... A mulher dança demais, canta muito, e com uma presença de palco de cair os queixos. O público, com razão, caiu nas teias dela, e nós fomos no embalo. Foram praticamente duas horas que se passaram num piscar de olhos, e olha que não é o tipo de música que meus ouvidos costumam a tolerar fácil.

Enfim, a despeito do estilo de suas canções, tenho que reconhecer que foi um programa inesquecível, tão marcante que nem me lembro do sacrifício que normalmente seria a maratona da volta para casa. Caminhamos por uma Toronto diferente, vazia e calma, que respeitava silenciosamente nossas recentes lembranças do show. Recomendo!!!


Nenhum comentário: